Se eu ficasse na minha, se apenas
tivesse terminado o namoro e pronto, sairia da relação com a cabeça
erguida, sabendo que a “vítima” era eu, e procuraria reunir forças para
focar em outra coisa até o meu coração se aquietar novamente. Quem sabe
assim não conseguiria olhar outras coisas por outro ângulo? Mas fiz tudo
errado!
Saí do relacionamento como a vilã. E por isso lamento muito – não por Pedro, mas por mim mesma.
É aí que a minha mãe entra novamente na
história. Ela sempre vê o meu sofrimento, por causa disso, vez ou outra
toca no nome do meu ex-noivo. Fala o quanto eu era feliz ao lado dele,
que via um brilho nos meus olhos, que sentia orgulho por eu ser uma
pessoa que estava trilhando “o caminho da felicidade no amor”, como ela
costuma dizer.
Até hoje ela se pergunta por que eu o abandonei.
– Não sei, mãe. – é só o que consigo responder.
Na verdade, analisando essa pergunta,
não sei responder a mim mesma. Dizem que o amor nunca acaba, nunca
morre, mas comecei a acreditar que havia acabado sim. Então, a minha mãe
disse que na verdade eu jamais o amei.
Não questionei, porque acho que tem razão.
Sinto tanta falta dele, mas não consigo
voltar. Eu sei que se a qualquer momento o procurar, ele estará apto a
me ouvir, me entender e até me aceitar de volta, mas acho que o meu
orgulho é maior.
Não sei por que fazemos isso!
Parece que eu gosto de sofrer. É claro
que não gosto, mas eu também não faço nada para acabar com este
sofrimento. Porque é mais fácil ouvirmos os conselhos dos amigos, que
muitas vezes conhecemos em uma balada ou em qualquer outro lugar, do que
dos nossos pais. É mais cômodo aguardar o próximo passo do outro do que
darmos o nosso próprio. É mais tranquilo ouvir o nosso coração do que
colocar a cabeça pra funcionar. E é “bem melhor” se iludir insistindo em
algo, acreditando que vamos conseguir virar heroínas por mudar os
outros, do que renunciar a esta ilusão.
O melhor mesmo é dar um tempo.
continua...
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