Não falei nada com o meu noivo, aliás,
era sempre ele que procurava me dizer algumas coisas, mas como deixei o
orgulho e as amizades tomarem conta de mim, achei que não mais precisava
dele, e que tudo o que me falava eram meras palavras de uma pessoa
preocupada.
‘Sabe de uma coisa...’, eu pensava, ‘...ainda sou muito jovem para poder me comprometer com alguém. Acho que não tenho maturidade suficiente para assumir um relacionamento tão sério.
Até porque casamento não é qualquer tipo de relação que você assume depois diz que não quer mais.’
Meus encantos e minhas ilusões começaram
exatamente aí, com uma sensação de liberdade. Apenas sensação, porque
eu não posso dizer que sou livre se não consigo dominar as minhas
próprias vontades, ou melhor, os meus desejos. Foi aí que vi que as
nossas escolhas ditam as regras. Se eu escolho a opção correta, vou me
dar bem, mas se escolho a errada, é certo que vou me decepcionar. É
sempre assim, dançamos conforme a música que escolhemos. E nem adianta
querer culpar alguém, pois há sempre quem nos avise e nos aconselhe para
o bem.
Mas eu não ouvi ninguém. Nem noivo, nem pais, nem amigos sinceros. Ouvi apenas a mim mesma, aos meus sentimentos mais íntimos, porque julguei estar certa, quando estava completamente errada.
E agora? Volto ao meu querido noivo? Ele ainda me aguarda, como alguém que espera por uma nova chance? Penso em voltar, mas às vezes acho que não é justo procurar por ele só quando estou precisando.
Ando muito indecisa. Não sei se dou um basta neste sofrimento de uma vez, ou se tento suportar um pouco mais. Tenho amigos e a cada dia conheço mais e mais pessoas. Isso me distrai, embora eu não saiba lidar com algumas situações inesperadas.
continua...
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