Só de imaginar que, enquanto sofria pelo
meu namorado, talvez ele e a outra ficassem rindo de mim pelas costas,
me dava uma indignação tão grande, que a única coisa que passava pela
minha cabeça era dar o troco. Isso não é o certo a fazer, mas por falta
de orientação de um amigo de verdade, acabei enveredando por esse
caminho nada bonito para uma moça.
Resolvi fazer o mesmo que ele havia
feito comigo. Em outras palavras, me vinguei. Mas não me orgulho disso,
tampouco me sinto vitoriosa por vê-lo com “dor de cotovelo” por minha
causa. Eu não tinha o direito de lançar a minha dignidade a um nível tão
baixo!
Em um desses réveillons, esperei o Pedro
voltar de viagem. Ele havia ido para a praia – segundo ele, sozinho.
Sinceramente não acreditei. Eu poderia ter terminado o namoro,
simplesmente, mas na verdade não queria, ainda gostava muito dele. É
nessas horas que sofremos mais, porque ao invés de usarmos a razão,
colocamos nosso sentimento em primeiro lugar. Se eu tivesse pensado,
veria que ele não era a pessoa certa para mim, que estava apenas me
usando e me fazendo de boba. Mas não, queria continuar naquele
relacionamento, achando que com o meu jeito meigo e educado poderia
surpreendê-lo e transformá-lo em um novo rapaz, no tipo de namorado que
eu sempre desejei.
Às vezes, nós fazemos isso: achamos que o
nosso jeitinho vai mudar alguém, que ele vai se apaixonar pela gente e
por isso se tornará aquele cara maravilhoso dos filmes.
É tanto engano! Mesmo assim não conseguia enxergar isso. Estava iludida, apaixonada, enganada pelas minhas emoções, e elas me faziam sentir paixão e raiva por ele. Foi aí que, mesmo namorando com ele, fiquei com um rapaz da faculdade. Dizem que um abismo chama outro. Acredito nisso, porque esse rapaz apareceu no momento em que mais me encontrava frágil e sensível. Ele também tinha namorada, mas se aproximou de mim. Com palavras carinhosas foi me envolvendo, insistindo, até que paqueramos.
continua...
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