terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

O preço de um milagre

Havia uma família muito pobre, cujo filho mais velho se encontrava terrivelmente doente. Seus pais já haviam tentando de tudo para lhe salvar a vida, mas o menino piorava a cada dia.
Naquela casa a alegria havia murchado como uma flor sem água. Aquela criança, com sua ternura e inocência, era a luz que brilhava e encantava o coração de sua mãe, trazendo ao rosto cansado do pai, após uma longa jornada de trabalho, o sorriso de quem via no filho a recompensa de seus esforços.
Para aquela família, a vida parecia injusta e o destino, severo demais. Por que coisas tão terríveis acontecem com pessoas tão boas? Era impossível achar uma explicação, muito menos consolar o coração daquela mãe aflita, que, sem dúvida, era a mais diretamente envolvida naquele drama.
Em momentos assim é comum que as pessoas assumam culpas que não têm. A mãe, que sempre foi dedicada e zelosa, achava que poderia ter cuidado melhor do menino. O pai, por sua vez, pensava que tudo podia ter sido diferente se tivesse um emprego melhor, com um salário mais digno. Mas é óbvio que eles não tinham culpa de nada. Ninguém tem culpa de ser pobre, de nunca ter tido a oportunidade de melhorar na vida.
Algumas pessoas vendo aquela criança tão magra deitada na cama se questionavam: Que mal ele havia feito para receber tal castigo? Criança não tem pecado. Ou tem? E Deus? Será que não ouve a oração de uma família sofrida, ou será Ele tão distante que não sabe o que se passa aqui na Terra, principalmente com gente pobre na roça? Alguns dizem que essas coisas acontecem para Deus nos ensinar a paciência; Para que venhamos a nos resignar e obedecer, sofrendo calados, em última instância. Muitos pensamentos conflitantes passavam na cabeça daquela família triste. 
Um dia, quando parecia que o fim se aproximava, o pai de joelhos, ao lado da cama da criança, exclamou com lágrimas nos olhos: "Agora, só um milagre pode salvar meu filho!" O irmão mais novo, que assistia a tudo sem entender bem a situação, saiu de casa correndo e foi em direção à cidadezinha, que ficava uns trinta minutos estrada abaixo.
Chegando à cidade, foi direto à farmácia, onde chegou ainda ofegante, e pediu: "Por favor, moço! Eu preciso de um milagre! Meu irmão está muito doente, e meu pai disse que só um milagre pode salvá-lo. O senhor tem esse remédio ai?"
O farmacêutico surpreendeu-se com a pergunta, e com o amor que o menino trazia nos olhos pelo irmão enfermo. Naquele momento um médico da capital, que estava de passagem na cidade, ouviu a conversa. Comovido, não pôde deixar de intervir. Pelos sintomas já sabia do que se tratava: uma epidemia que varria a região, e para a qual ele tinha o remédio certo.
"Eis aqui, meu filho, o remédio que vai salvar seu irmão!" disse o médico.
"E quanto custa? Eu só tenho dez centavos!" questionou o pequenino.
"Tudo bem! Este é o preço que lhe cobrarei!" respondeu o médico.
O menino correu de volta pra casa e deu o remédio aos seus pais, contando o que o médico lhe dissera. Após tomar o remédio, logo baixou a febre o menino foi se recuperando. 


Em meio às dúvidas do coração, aos questionamentos da mente, aos assaltos do medo e da incredulidade, o preço do milagre é uma FÉ PURA como a de uma criança!

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