quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

A Flor da Honestidade

Conta-se que volta do ano 250 a.C., na China Antiga, que um príncipe da região norte do país estava às vésperas de ser coroado Imperador. Mas, de acordo com a lei, deveria se casar.
Sabendo disso, resolveu fazer uma disputa entre as moças ou quem quer que se achasse digna de sua proposta.
No dia seguinte, o príncipe anunciou que receberia, numa celebração especial, todas as pretendentes e lançaria um desafio. 
Uma velha senhora, serva do palácio há muitos anos, sentiu uma leve tristeza, pois sabia que sua jovem filha nutria um sentimento de profundo amor pelo príncipe. Ao chegar em casa e relatar o fato, espantou-se ao saber que a jovem pretendia ir à celebração e indagou incrédula:
   - Minha filha, o que você fará lá? Estarão presentes todas as mais belas e ricas moças da corte. Tire essa idéia insensata da cabeça. Eu sei que você deve estar sofrendo, mas não torne o sofrimento uma loucura.
E a filha respondeu:
   - Não, querida mãe, não estou sofrendo e muito menos louca. Eu sei que jamais poderei ser escolhida, mas é a minha oportunidade de ficar pelo menos perto do príncipe, isto já me torna feliz.
À noite, a jovem chegou ao palácio. Lá estavam de fato todas as mais belas moças com as mais belas roupas, as mais belas jóias e as mais determinadas intenções. 
Então finalmente o príncipe anunciou o desafio:
   - Darei a cada uma de vocês uma semente. Aquela que, dentro de seis meses, me trouxer a mais bela flor será escolhida minha esposa e futura imperatriz da China.
A proposta do príncipe não fugiu às profundas tradições daquele povo que valorizava muito a especialidade de cultivar algo. O tempo passou e a doce jovem que não tinha muita habilidade nas artes de jardinagem, cuidava com muita paciência e ternura da sua semente, pois sabia que se a beleza da flor surgisse na mesma extensão do seu amor, ela não precisaria se preocupar com o resultado.
Passaram-se três meses e nada surgiu. A jovem tudo tentara, usara de todos os métodos que conhecia, mas nada havia nascido. Dia após dia, por fim, os seis meses haviam passado e nada havia brotado. Consciente do seu esforço e dedicação, a moça comunicou a sua mãe que, independente das circunstâncias, retornaria ao palácio na data e horário combinados, pois pretendia nada além de alguns momentos na companhia do príncipe. 
Na hora marcada estava lá, com seu vaso vazio, bem como todas as outras pretendentes, cada qual com uma flor mais bela que a outra, das mais variadas formas e cores. Ela estava admirada, nunca havia presenciado tão bela cena.
Finalmente chega o momento esperado e o príncipe observa cada uma das pretendentes com muito cuidado e atenção. Após passar por todas, uma a uma, ele anuncia o resultado e indica a bela jovem como sua futura esposa.
As pessoas presentes tiveram as mais inesperadas reações. Ninguém compreendeu porquê ele havia escolhido justamente aquela que nada cultivou.
Então calmamente o príncipe esclareceu:
   - Esta foi a única que cultivou a flor que a tornou digna de se tornar uma imperatriz: A Flor da Honestidade. Pois todas as sementes que eu entreguei eram estéries.

Se para vencer estiver em jogo a sua honestidade, perca!
Você será sempre um vencedor!

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